Garantindo a preservação de um ecossistema.
É importante entender que esses dois recursos são semelhantes, mas desempenham papéis totalmente diferentes e seus conceitos são bastante distintos.
Espelho d'água é um elemento arquitetônico decorativo, tendo como objetivo principal complementar a construção e atribuir amplitude.
Já o lago ornamental, além de refletir o entorno, conta com equipamentos especiais de filtragem que lhe permite ter vida. Por isso, normalmente está envolvido em um microclima composto por vegetação e peixe, desempenhando uma função biológica.
As plantas mais utilizadas são a alface d´água, vitória-régia, minicálamo-dourado, junco-manso, rotala, ninfeia ( branca e a vermelha), papoula-d´água e hidrocotile. Os peixes mais comuns são as carpas e cascudos que se adaptam com facilidade e vivem em harmonia com as plantas.
Existem dois tipos de lago ornamental: formal e informal (também conhecido como liner). O primeiro tem traçado geométrico, ou seja, redondo, retangular e quadrado. O outro tem formato orgânico, sendo irregular, sinuoso e sem delineamento evidente, aproximando-se aos encontrados na natureza.
Antes de implantá-lo, é preciso analisar o local, evitando colocá-lo sob árvores, pois as folhas e os galhos que caem mudam a coloração da água e as raízes podem danificá-lo. É recomendado mantê-lo distante da residência, porque se houver vazamento, causará estragos sérios ao imóvel. A área ao redor deve estar livre de tubulações e ser afastada de telhados, pois, quando chove, a água escoada para o lago é suja, podendo contaminá-lo. Ainda é preciso prever pontos de água, drenagem e energia nas proximidades.
Após definir o lugar, são iniciadas as etapas da construção. No caso da execução diretamente no solo, chamada de autoportante, são realizadas as demarcações das bordas para, posteriormente, começar a escavar. A seguir, com o buraco aberto e moldado, a montagem começa com a aplicação da manta impermeabilizante ancorada pelas laterais em cavas feitas na própria terra. Indico o uso da geomembrana de EPDM (ou borracha Etileno-Propileno-Dieno), especialmente formulada para não interferir na saúde de peixes, plantas e outras formas de vida. Bem como apresenta grande resistência à radiação UV e ao envelhecimento em consequência da alteração de temperatura, pré-requisito básico para as margens, onde a linha d'água varia, expondo a manta.
Outras possibilidades de materiais impermeabilizantes são: a geomembrana de EPDM é a mais utilizada no mundo, mas tem um custo alto. Em contrapartida, possui boa flexibilidade (importante característica para o manuseio), excelente durabilidade, com garantia de 20 anos, e fácil aplicação. Já a PEAD (Polietileno de Alta Densidade), tem valor acessível, boa durabilidade, pouca maleabilidade e difícil aplicação, sendo empregada apenas em lagos de grande porte, porque as emendas desse material são realizadas com sopradores especiais, agregando uma despesa bastante onerosa com mão-de-obra.
Também é possível usar vinil ou PVC atóxico, que conta com boa flexibilidade, soldas simples e baixa durabilidade, pois, com o tempo, perde a maleabilidade e pode rasgar. Além disso, gera passivo ambiental, porque sua produção é feita com material clorado.
No entanto, se a opção for pelo lago de alvenaria, depois da escavação, executa-se a alvenaria lateral a partir de uma base firme (de laje, por exemplo), para impedir que no futuro as paredes cedam ou aconteça o rompimento da manta de impermeabilização, provocando vazamento. As paredes devem ser revestidas com argamassa de cimento e areia na forma lisa e desempenada para depois receberem a cobertura impermeável.
Há várias opções de acabamento, desde revestir o fundo e as laterais com pedra, pastilha, granito ou mesmo cimento não-tóxico, até conservar a manta impermeabilizante nua. As dimensões do lago dependerão do seu uso. Se a ideia é constituir um microclima, com peixes e plantas, é melhor construí-lo com, no mínimo, 2 x 1 m. Quanto à profundidade, não deve ser inferior a 50 cm para não sofrer oscilações bruscas de temperatura, o que pode prejudicar a vida existente nele e ainda favorecer o ataque de predadores de peixes, como pássaros. Essa também é uma medida segura para quem tem crianças.
Entre 70 e 80 cm de profundidade seja o mais interessante, pois proporciona um efeito estético muito bonito.
É muito comum agregar cascata. Sua presença contribui para a beleza e auxilia na oxigenação da água, embora não substitua as bombas. Para compor um conjunto harmônico, é fundamental seguir algumas dicas.
Se essa regra não for obedecida, haverá intenso turbilhamento, não sendo possível observar os peixes, a água respingará para fora, podendo encharcar demasiadamente as plantas ao redor, e ainda causará vertigem nas pessoas que contemplam a estrutura. Sua queda d'água não pode ser direta no lago. O ideal é que o líquido escorra pelas pedras para amenizar o barulho, tornando-se prazeroso e relaxante.
Depois de finalizar a implantação, é fundamental conservar o lago adequadamente. Todos os dias é necessário alimentar três vezes os peixes em quantidade suficiente para o consumo em até cinco minutos e recolher as folhas que caem de árvores. Uma vez por semana é preciso limpar as espumas de filtragem e das bombas para que o processo mecânico não fique saturado e perca sua função de reter sujeira. A troca parcial de água é essencial uma vez por mês e somente em lagos com menos de 5 mil l e, mesmo assim, apenas 20% do seu volume, complementando que, quando o sistema de filtro está correto e o lago equilibrado, é dispensável a troca parcial do líquido, sendo necessário somente completar o que foi evaporado.
Recomenda-se a utilização de sistema autolimpante, o qual não precisa assear as paredes ou trocar a água. Nesta técnica, as carpas têm papel fundamental na manutenção, pois, como são peixes de terra, movimentam-se constantemente no fundo, fazendo com que a sujeira seja levada para o filtro. Assim, a manutenção deve ser feita no equipamento e não no lago, evitando problemas de saúde para as carpas.
O espelho d'água, geralmente, tem formato geométrico, sendo revestido por pastilha ou pintura, de preferência, de tonalidade escura para desempenhar a função de espelho, ou seja, refletir a arquitetura.
Não existe uma localização pré-definida para essa estrutura. Pode ser uma peça central, um elemento de foco ou um complemento, talvez até escondido para ser descoberto conforme se passeia pelo jardim. Seu posicionamento depende da intenção desejada.
Além da preocupação com as dimensões balanceadas, é aconselhado que seu traçado acompanhe o desenho da área verde para garantir harmonia ao ambiente.
Os cuidados com a escolha do local de implantação seguem algumas regras do lago ornamental, ou seja, evitar proximidade com árvores que perdem folhas e galhos facilmente ou que apresentam raízes agressivas e prever pontos de drenagem, energia elétrica e água nas proximidades.
Sua implantação é simples. Pode ser feita com fundo e paredes de concreto ou em chão de concreto e laterais de alvenaria, sendo que a primeira opção proporciona maior durabilidade.
Depois, é fundamental impermeabilizar e aplicar o acabamento com os revestimentos mencionados anteriormente.
O tratamento da água depende da função exercida pela estrutura. Se a ideia é oferecer movimento, o engenheiro civil e paisagista indica realizar bombeamento, retornando o líquido por meio de bica, cascata ou mesmo pontos submersos. Entretanto, se a proposta é apenas refletir, deve-se manter a água estática. Neste caso, é necessário tratamento com cloro, como uma piscina, e não pode incluir plantas.
Sua manutenção não apresenta dificuldade, basta realizar limpeza periódica para conservar a qualidade da água e evitar a proliferação de larvas de mosquitos, como o da dengue.
EQUIPAMENTOS
O filtro mecânico/biológico remove as partículas de sujeira e as toxinas. Sua parte mecânica contém espumas especiais que retêm resíduos de diferentes tamanhos, e a biológica, que acontece por meio de bactérias invisíveis a olho nu, transforma a amônia em nitrito e, posteriormente, em nitrato. A matéria orgânica da água (folhas, fezes e urina dos peixes, animais mortos, resto de ração, entre outros) se converte em amônia, que é altamente tóxica para os peixes, precisando ser extraída.
Já o esterilizador UV elimina as algas verdes que ficam suspensas.
Fonte:Empresas: Ecosys, Western Pools, Ecovalle lagos ornamentais, Cubos lagos ornamentais, Calux Jardim.